Aqueles safados da MAD, que faturam rios de dinheiro, resolveram enviar-me pra p*ta que pariu. (opa…foi mal, destinatário errado.)
Caros amigos, esse é o primeiro relato de um enviado especial da MAD a uma edição dos Jogos Olímpicos. O outro jornalista que tentou fazer isto morreu em Atenas, há quatro anos.
A missão é árdua, e Deus sabe o perrengue que passei para chegar à terra dos dragões, das muralhas, de cinco mil anos de história… Enfim, de um monte de baboseiras que não damos a mínima.
Foram três meses, desde que fui convocado para essa jornada. Na época, recebi o orçamento anual da revista (três reais e um bilhete do metrô) que, obviamente, foi desviado para os meus gastos com a viagem.
Como a verba (enfia essa grana no c*!) não pagaria uma passagem aérea, tive que bolar algumas maneiras alternativas de chegar à China. Foi quando, durante um passeio noturno pela Zona Portuária de Santos (Não, eu não estava com travestis, este era o Ronaldo!), tive a brilhante idéia de me infiltrar dentro de um contêiner, que tinha como destino aquele país.
O que parecia uma estupidez provou ser uma verdadeira cagada, quando, ao arrombar o contêiner, deparei-me com 200 toneladas de bananas em carga. Pensei em pular fora do convés, mas o navio já estava sendo desatracado, e só tive tempo de me esconder da tripulação de marujos “sangue-ruins” naquele local inóspito mesmo. Vale lembrar que nesse momento, os marujos fecharam o contêiner com correntes e cadeados. (“F*deu, não tinha mais com sair dali”).
Depois de algumas horas de viagem, a falta de ar já me incomodava. Tive a brilhante idéia de comer o máximo de bananas possíveis para liberar o espaço físico, aumentar a ventilação. E depois de “traçar” cerca de 20 pencas da fruta, bem… tive uma baita diarréia. Se já não conseguia respirar, agora só me restava um ar de merda. Pelo menos a casca de banana limpa a bunda melhor que a MAD.
Não lembro quanto tempo se passou até que eu voltasse à consciência. Exatamente, desmaiei com o odor proveniente do meu intestino. Quando acordei, “morto” de fome, comi mais bananas. Nessa hora, meu “pum” passou a ter o cheiro da torta que vendem no Mc Donalds. (Huum, delícia!)

Durante uma noite fria (e eu de camiseta e bermuda), descobri que não estava sozinho no contêiner. Após escutar vozes (e não aquelas que falam na minha cabeça habitualmente), vi um vulto correndo rapidamente pelo local. Nessa altura da viagem, conforme a quantidade de bananas ia diminuindo, pude andar pela região e, confesso, comecei a ficar preocupado com uma possível falta de comida.
Criei coragem e segui o vulto, ao me aproximar, percebi que eram três pessoas, na verdade, uma família de refugiados cubanos que tentavam entrar nos EUA, mas invadiram o navio errado. Ri insanamente, ao perceber que ainda existiam pessoas mais idiotas que eu – daí, me lembrei dos leitores da MAD, e percebi que ainda existiam pessoas mais idiotas que aquela família cubana. Mesmo assim, não avisei-lhes que haviam cometido um engano. O fato tornou o resto do caminho (cerca de um mês) mais divertido.
Graças a Deus, o tempo passou, e acabei chegando, hoje, a Pequim. Meu primeiro ato, por aqui, foi correr dos estivadores que queriam me encher de porrada por ter comido a carga deles. Eu fugi, mas os cubanos se deram mal nessa brincadeira (vixe, estes apanharam pra valer!).
Quando recuperei o fôlego, pensei que estava em São Paulo, o ar daqui é poluidíssimo (senti falta do cheiro do contêiner), o trânsito também é um caos e nas ruas, só vi “japoneses”, por isso presumi que estava no bairro da Liberdade.
Em seguida, encontrei uma equipe de tevê brasileira, mas ninguém soube me informar sobre onde eu estava (durante este tipo de evento, o pessoal da mídia consegue ficar mais tapado que o de costume). Resolvi pedir ajuda a um policial chinês, me apresentei como jornalista da MAD do Brasil e disse que precisava de ajuda.
O meganha me ajudou bastante, fazendo exatamente aquilo que o governo local indicou como tratamento vip à imprensa, ou seja: me porrou e em seguida me prendeu.
Bom, isso é tudo por hoje, se amanhã eu for liberado, ainda mando notícias.
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